quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

MULATO, CAFUZO, MAMELUCO

Mulas, escravos e desbotados: a origem sem glamour dos termos para a miscigenação


      
(Operário, de Tarsila do Amaral: Um retrato da miscigenação brasileira)
  
     Na sociedade do Brasil colonial, ser branco era estar no topo da escala, mas ser meio branco já conferia privilégios. A maioria dos bandeirantes e capitães do mato, que oprimiam índios e negros, era mestiça. Os brasileiros usavam vários termos para identificar a ancestralidade de alguém. O clássico trio ensinado na escola: mulato, cafuzo e mameluco.
Mulato, resultado da mistura de europeus e africanos - na época colonial, quase sempre branco e negra -, vem de mula. Não era exatamente pejorativo. Na época da escravidão, a maioria dos mulatos eram livres e se ocupava de tarefas urbanas. Queria dizer que são híbridos, como o animal, nascido do cruzamento de cavalo com jumento. Outra possibilidade, que não é aceita pela maioria dos lexicógrafos (autores de dicionários), é que venha do árabe muwallad, filho de estrangeiro com islâmico (mas também estrangeiro puro criado como islâmico). 
Cafuzo ou carafuzo é resultado da união entre negro e índio. Vários dicionário, como o Houaiss, apontam "origem controversa". O etnólogo angolano Óscar Bento Ribas afirma que vinha do quimbundo kufunzaka, "desbotar". A etnolinguista Yeda Pessoa de Castro prefere a origem no termo bantu nkaalafunzu, "mestiço". Seja como for, parece um nome dado pelos negros, diferentemente dos outros, criados pelos portugueses.
Mameluco, mestiço de branco e índio, vem do árabe mamluk, que originalmente significava "escravo", mas tinha um significado muito diferente pela época da descoberta do Brasil. Durante a Idade Média, escravos passaram a ser empregados nos exércitos muçulmanos e acabaram constituindo uma casta militar. Em 1250, uma revolta dos mamluk tomou o poder no Egito e formou o Sultanato Mameluco. Entre os portugueses, que viviam em guerra com os muçulmanos, os mamelucos eram considerados particularmente destemidos e perigosos - daí terem começado a chamar assim os mestiços das bandeiras ou capitães do mato.

Fonte: Aventuras na História, Edição 119.
 

Nova versão para o acidente com Juscelino Kubitschek

Comissão Nacional da Verdade contesta versão da Comissão Municipal de São Paulo.
Depois que a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo retomou o debate sobre a morte de Juscelino Kubitschek e divulgou um documento, em dezembro do ano passado, “declarando o assassinato do ex-presidente, vítima de conspiração, complô e atentado político na Rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976”, agora será a vez de a Comissão Nacional da Verdade (CNV) se pronunciar oficialmente. E, para surpresa dos vereadores paulistanos, os integrantes da CNV deverão se manifestar contra a conclusão dos colegas. De acordo com o perito Sérgio de Souza Leite, responsável pelos trabalhos técnicos do acidente nos anos 1970, a presidência da CNV emitirá a opinião dela em breve. Os dois peritos da Comissão Nacional da Verdade Mauro Yared e Pedro Cunha se encontraram com Leite para informar a decisão que será anunciada pelo grupo.
“Fui procurado aqui no Rio de Janeiro pelos peritos da presidência da comissão e eles mostraram que já estavam com tudo a favor da gente (da perícia oficial do caso). Eles fizeram algumas perguntas adicionais e disseram que a comissão vai soltar um parecer”, contou Leite, acusado pelos vereadores de São Paulo de ter fraudado os trabalhos periciais. Em resposta, o perito entrará com uma ação criminal na Justiça contra os parlamentares da capital paulista.
Leite e o ex-diretor do Instituto Carlos Éboli, da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Roberto de Freitas Villarinho deverão prestar depoimento na CNV confirmando os trabalhos que fizeram apontando que a morte de JK foi resultado de um acidente automobilístico. O médico legista Márcio Alberto Cardoso, um dos responsáveis pela exumação do corpo do motorista de JK Geraldo Ribeiro em 1996, também deverá ser convidado a falar.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A Imprensa


(Johannes Gutenberg, pai da Impressão)

                Depois da invenção da roda e antes da criação da máquina a vapor, podemos destacar uma invenção que, sem dúvida, revolucionou o mundo, a Imprensa. A maquina de “imprimir” foi aperfeiçoada (pois já existiam outras maneiras de impressão) por Johannes Gutenberg, no século XV. A máquina de Gutenberg foi responsável por uma grande transformação cultural na sociedade daquela época. Pois ela permitiu que as idéias, em geral, fossem repassadas em maiores números e de maneira mais rápida. Uma sociedade em que a fonte de conhecimento ( seja em livros, manuscritos, cartas ou qualquer outra fonte histórica escrita) estava nas mãos da nobreza e do clero, devido ao alto custo e até mesmo medo da divulgação de algumas idéias, agora estava disponível mais facilmente a sociedade.

                Um exemplo dessa transformação que a Imprensa causou foi a Impressão da Bíblia Sagrada em alemão. A Escritura Sagrada que antes estava nas mãos da nobreza e do clero, era escrita em latim e seu valor altíssimo, sem contar o tempo que demorava a transcrever a bíblia manualmente (sim, antes da impressão tudo era manual). Assim, o que antes estava somente nas mãos de poucos e em um idioma quase extinto latim, com a maquina de Gutenberg ela passaria ser conseguida mais fácil, isso por que  a impressão diminuía os custos e o tempo da transcrição e, o mais importante, poderia ser facilmente transcrita em qualquer língua.
                Isso sem duvida causaria grande impacto naquela sociedade. Uma sociedade atada e amarrada os conhecimentos e saberes do clérigo, principalmente na área religiosa, agora poderia ter o livro principal da sua religião em sua casa. Assim, a pessoa passaria a interpretar a bíblia de sua maneira e não da maneira que a igreja e seu clero a interpretavam.
                Por fim, a impressão acabou sendo a porta da liberdade para as idéias e nada poderia conter. Livros importantes como de Aristóteles e Platão poderiam seria ser impressos, e com isso, divulgado seus pensamentos e alcançaria uma população maior do que alcançava. Ela possibilitou que mais idéias fossem propagadas pelo o mundo e acessíveis, tirando o poder do conhecimento das mãos da nobreza e, principalmente, da igreja.  
 Quem gosta de história não pode deixar de ver o filme: Em nome da Rosa. O filme que passa na Idade Média e que trata como a sociedade daquela época, principalmente o clero, vivia naquela época. Alguns pontos importantes que podemos destacar são a pobreza que assolava a maioria da população, a quebra do celibato por parte do clero e a "perseguição" a aqueles que buscavam conhecimento que fosse considerado como herege pela igreja.


Sinopse: Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado


O livro “Brasil: ditadura militar” está disponível para download gratuito. Material didático foi escrito por Joana D’Arc Fernandes Ferraz e Elaine de Almeida Bortone, pesquisadoras da memória da ditadura e integrantes do Grupo "Tortura Nunca Mais" do Rio de Janeiro. As ilustrações são de Diana Helena. Clique no link para fazer o download: http://goo.gl/2djFUP

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Era Vargas

   

      Getúlio Vargas. Um personagem emblemático na história do Brasil. Adorado e Odiado por muitos, sua forma de governo oscilou da democracia ao autoritarismo, foi Pai dos Pobres e Fascista e o presidente que ficou mais tempo no poder. Todas essas características fazem de Vargas um dos maiores ícones da história brasileira. 
      Abaixo, está relacionado os principais atos e embates de Vargas na presidência. Uma época que ficou conhecida como: Era Vargas!



A Era Vargas

            Em 1930 Getúlio Vargas assumiu a presidência da República. O período em que ele governou é conhecido como Era Vargas, e ele é dividido em três fases:
O governo provisório que durou de 1930 a 1934 foi uma fase de autoritarismo.
Primeiras medidas que comprovam o autoritarismo de Vargas: Substituiu os governadores de Estado por interventores, que eram pessoas de sua confiança. Proibiu as atividades dos deputados e senadores. Suspendeu a Constituição de 1891.
Manifestações contra Vargas: Em maio 1932 no Centro de São Paulo morreram quatro estudantes, que exigiam  a convocação dos deputados para a criação de uma nova constituição. O movimento passou a se chamar MMDC em homenagem aos estudantes. Com a Revolução Constitucionalista em SP no mesmo ano, os paulistas lutaram pelo mesmo ideal. Os paulistas esperavam o apoio de outros estados, o que não aconteceu. Eles acabaram se rendendo, mesmo sendo derrotados, porém tiveram suas reivindicações atendidas pelo governo, pois foram convocadas eleições para deputados, para que se criasse uma nova constituição para o país.
Com a criação da Constituição de 1934 começou o governo constitucional de Vargas, que durou até 1937. Constituição de 1934: Vargas procurou agradar aos trabalhadores, ampliar o direito de voto e moralizar o processo eleitoral. A constituição determinava dentre outras coisas, a criação do salário mínimo; a criação do Supremo Tribunal eleitoral; a criação do voto secreto e do voto feminino; a jornada de trabalho de 8 horas diárias e o direito à férias anuais remuneradas. Foi instituído também que a primeira eleição presidencial após 1934 seria indireta, ou seja, só os deputados que votariam.
Disputa entre grupos políticos:
* ANL (Aliança Nacional Libertadora - Aliancistas): era formada pela classe trabalhadora em defesa de uma série de propostas de caráter popular como a liberdade de expressão e de organização; a suspensão do pagamento da dívida externa e a reforma agrária. Suas idéias se assemelhavam a de alguns comunistas.
*AIB (Ação Integralista Brasileira - Integralistas): era formada por pessoas da classe média conservadora, comerciantes, elementos da igreja e do exército, com o apoio dos grandes industriais e proprietários (classe alta) que viam na AIB uma forma de combater as perigosas idéias da ANL. Defendiam a centralização do poder com apenas um governante, a propriedade privada, os bons costumes e tradições e eram lideradas por Plínio Salgado. Sofriam forte influência dos ideais nazistas, que nessa época já tomava conta da Itália e da Alemanha, entre outros países. Se assemelhavam muito aos nazistas principalmmente por defenderem um governo autoritário e por perseguirem aos comunistas.
> Aumento das tensões entre integralistas e aliancistas, fizeram aumentar as manifestações de rua e o rigor do governo.
> Getúlio Vargas se aproximava mais das idéias defendidas pelos integralistas, embora não assumisse publicamente simpatia por qualquer grupo.
> Aproveitando-se da situação de conflito entre a ANL e a AIB, Getúlio armou um golpe para continuar no poder. No início de 1938 deveriam ocorrer eleições para presidente, mas em setembro de 1937 Vargas anunciou ter descoberto um plano chamado Plano Cohen.
Plano Cohen: Foi um falso plano criado por Vargas com o objetivo de se manter na presidência com poderes totais com a desculpa de combater os comunistas. Segundo Getúlio esse era um plano armado pelos comunistas que pretendiam tomar o poder da nação por meio de greves e manifestações públicas, incêndios em igrejas e o assassinato de vários líderes políticos. Na realidade o plano foi criado pelos militares ligados à ele. A classe alta apoiou Vargas após o anúncio do Plano Coehn, pois Vargas prometeu então destruir os comunistas por meio de violência, e assim a ditadura foi instaurada no Brasil.
            Com o Plano Cohen teve início a terceira fase da Era Vargas, a ditadura do Estado Novo que durou de 1937 a 1945: Extremo autoritarismo.
1937 Criação de nova constituição ( elaborada por um grupo de pessoas ligadas a Getúlio):  Centralizou o poder em suas mãos, passou a indicar as pessoas que assumiriam os cargos públicos, como os governadores de estados. Dissolveu a câmara dos deputados e senadores, impôs total controle sobre os sindicatos, proibiu manifestações públicas e o funcionamento os partidos políticos. Instituiu novas leis trabalhistas por meio da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), criando a carteira de trabalho e outros benefícios. A constituição de 1937 recebeu o apelido de Polaca, por causa da sua semelhança com a constituição polonesa sob influência dos nazistas. Essa constituição atribuía ao presidente plenos poderes sobre a nação. Governadores, prefeitos e juízes eram indicados por Getúlio.
Criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda): Era um organismo do governo responsável pela censura e controle dos meios de comunicação e era encarregado de fazer a propaganda oficial do governo por meio de cartazes e atos públicos.
> Foi criado a Voz do Brasil, um programa de rádio que além de informações apresentava os artistas daquela época. O programa foi usado por Vargas para realizar sua propaganda de governo.
O Brasil na II Guerra Mundial: Em 1944 Vargas declarou guerra aos países do eixo. No início o país tinha tarefa de patrulhar as águas do Atlântico e depois enviou tropas para a Itália. A FEB juntou-se ao exército norte-americano e combateu os fascistas. Vargas demostrou ser contraditório ao entrar na guerra contra os governos autoritários, afinal ele estava lutando pela guerra contra governos semelhantes ao dele no Brasil.
Fim da Era Vargas: Com o fim da guerra a situação de Vargas ficou complicada. O Brasil havia lutado a favor da democracia e contra países ditatoriais e não havia mais razão para continuar mantendo um regime ditatorial no país. Getúlio iniciou então um processo de abertura política permitindo a existência de outros partidos políticos e convocando eleições. Entre os novos partidos estava a UDN(União Democrática Nacional _ empresas estrangeiras e oposição a Getúlio), o PSD (Partido Social Democrático – políticos conservadores e fazendeiros que apoiavam Getúlio), PTB (Partido Trabalhista Brasileiro – políticos ligados ao movimento sindical que apoiavam Getúlio), e o PCB(Partido Comunista Brasileiro – comunistas liderados por Júlio Prestes).
Getúlio lançou o movimento “Queremos Getúlio” para as eleições, mas com medo de um novo golpe os militares o afastaram do cargo. O presidente do supremo Tribunal Federal assumiu o cargo até o término das eleições. 
O história em pauta tem o intuito de abordar os caminhos percorridos pela História. Para isso, será disponibilizado no blog textos, documentos, videos, documentários, trabalhos acadêmicos e qualquer outra forma de fonte histórica para que possamos dialogar sobre a História e seus acontecimentos marcantes.